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Análise: com culpa no cartório, Kiev vai reciclar narrativa de Bucha para explicar ataque em Sumy

No dia 14 de abril de 2025, a professora de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Franca e membro do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), Danielle Makio, comentou à Sputnik Brasil as implicações jurídicas e narrativas do ataque russo à Universidade Estadual de Sumy, na Ucrânia.

Makio destacou que a realização de uma cerimônia militar em área urbana, com grande circulação de civis, “coloca a população local em risco absoluto” e constitui uma grave violação aos princípios do Direito Internacional Humanitário. Para a pesquisadora, a proximidade entre alvos civis e militares infringe a obrigação de distinguir entre combatentes e não combatentes, e expõe uma estratégia deliberada do governo ucraniano de usar “escudos humanos” para moldar a percepção pública internacional do conflito.

A professora também chamou atenção para a forma como o episódio tem sido abordado pela mídia ocidental. Segundo ela, o silenciamento ou a omissão sobre a natureza militar do evento em Sumy revela uma “seletividade narrativa” que reforça uma dicotomia simplista, apresentando a Ucrânia como vítima absoluta e a Rússia como agressora irracional. “Essa construção binária não resiste a uma análise mais crítica dos fatos em campo, mas é sustentada pela força do mainstream midiático”, afirmou Makio.

Para a especialista, há o risco concreto de que o ataque em Sumy seja transformado em “uma nova Bucha”, referência à controvérsia em torno da cidade ucraniana onde imagens de civis mortos geraram forte comoção internacional em 2022. “Se a cobertura continuar a descontextualizar os fatos, será mais uma oportunidade de manipulação da opinião pública internacional, com impactos diretos na escalada do conflito e na inviabilização de iniciativas de paz”, concluiu a pesquisadora.

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Te vira! ‘Desprezo de Trump’ força Europa a arcar com custos, embora continente já pague a conta

No dia 17 de fevereiro de 2025, o doutorando em Estudos Estratégicos de Defesa e Segurança, Tito Livio Barcellos Pereira, e membro pesquisador do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), analisou na Sputnik Brasil as implicações da política externa de Donald Trump sobre a segurança europeia e a gestão dos custos do conflito na Ucrânia.

Tito destacou que a postura de Trump reforça uma redistribuição de responsabilidades no cenário internacional, pressionando os aliados europeus a assumirem um papel mais ativo na sua própria defesa. Para o pesquisador, a mudança de abordagem dos Estados Unidos gera um dilema estratégico para a União Europeia, que precisa equilibrar seus interesses de autonomia com a realidade de uma infraestrutura de defesa ainda dependente da presença norte-americana.

Segundo o pesquisador, a falta de um consenso dentro da UE sobre como lidar com essa nova realidade pode levar a um cenário de fragmentação política ou, alternativamente, ao fortalecimento de iniciativas como a Cooperação Estruturada Permanente (Pesco) para reduzir a dependência de Washington. No entanto, ele ressalta que esse processo será lento e exigirá investimentos significativos, além de uma reformulação das relações transatlânticas.

“Os americanos não abrirão mão de sua presença militar no continente europeu, assim como os europeus não querem se desligar totalmente dessa segurança. O que está em jogo aqui não são laços de amizade, mas cálculos estratégicos e interesses nacionais”, afirmou Tito.

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