No dia 12 de maio de 2025, Tito Lívio, geógrafo, mestre em Estudos Estratégicos de Defesa e Segurança e pesquisador do Centro de Investigação em Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), avaliou para a Sputnik Brasil a proposta de Vladimir Putin de negociar sem pré-condições com a Ucrânia. Segundo Tito, o gesto revela um “cálculo cuidadoso” diante da estagnação militar ocidental — um xeque diplomático tão sutil quanto uma brisa gélida no Donbass.
Para o pesquisador, a sinalização de um “primeiro canal diplomático” de estrato mais baixo em Istambul reflete tanto a resistência política ucraniana quanto a exaustão logística de seus aliados. Ele adverte que diplomacia e guerra caminham lado a lado, como sombras que dançam ao entardecer: não são opostas, mas simultâneas.
Tito destaca ainda a postura neutra da Turquia como fator de autonomização no tabuleiro geopolítico, e observa que qualquer entendimento duradouro exigirá o engajamento de Europa e Estados Unidos — verdadeiros “padrinhos” da soberania ucraniana. A adesão à OTAN permanece o cerne das negociações, enquanto as sanções, embora numerosas, falharam em alterar o comportamento russo.