Neste artigo é analisada a evolução da cooperação Brasil-Rússia no setor de defesa desde a década de 1990. Parte-se da seguinte questão: por que, apesar das convergências de interesse e das oportunidades identificadas desde o fim da Guerra Fria, a parceria estratégica não avançou de forma consistente nesse setor? Argumenta-se que, além de fatores políticos, econômicos e técnicos, como a instabilidade interna e a baixa assertividade empresarial, a cooperação foi limitada por uma priorização histórica brasileira voltada à aquisição de armamentos ocidentais. Essa preferência reforça padrões de dependência e restringe a autonomia nacional no desenvolvimento tecnológico-militar. É utilizada uma combinação de revisão bibliográfica e abordagem historiográfica para examinar os principais projetos conjuntos promulgados desde 1990, bem como os desafios e resultados dessas iniciativas. A contribuição do estudo se insere nos campos da política externa e dos estudos estratégicos, ao apresentar como a socialização militar brasileira com modelos ocidentais tem impacto nas possibilidades de parcerias alternativas às ocidentais no setor de defesa.
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