Em 31 de março de 1964 a democracia foi violentada, estuprada e humilhada. Em um ato que envergonhou a Nação, suas forças armadas atropelaram a história para sequestrar o poder do povo e deixar uma indelével mancha de ilegítima violência. Endividaram o país, aumentaram o desemprego, desmoralizaram a política, entregaram o país ao estrangeiro.
Por isso, causa espanto não apenas a ausência de pedido de perdão pelas cassações, prisões extrajudiciais, torturas e mortes, inclusive de milhares de indígenas, ocorridas nesse período infame, mas que o ministro da Defesa de um governo apenas formalmente democrático comemore essa data como uma vitória, neste ano de luto pela omissão do governo militar-bolsonarista para controlar a pandemia.
Depois do trabalho consciente, metódico e sistemático dos historiadores brasileiros e estrangeiros para mostrar que nessa data se perpetrou um Golpe Militar contra a normalidade institucional, os militares, que se mostraram despreparados para cumprir a missão para a qual são muito bem pagos, querem corrigir o trabalho de abnegados historiadores para dar sua versão terraplanista dos fatos.
Exigimos dos militares que voltem aos quartéis de onde não deveriam ter saído; que sejam patriotas e reconheçam seus erros; que abandonem seu projeto de poder e que se reconciliem com a sociedade brasileira para se subordinar ao projeto de Defesa Nacional.
GEDES