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Governo armênio transforma ‘conflito político em cruzada contra o clero’ e busca atingir Rússia

No dia 8 de julho de 2025, Guilherme da Conceição, doutorando em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas e pesquisador do Centro de Investigação em Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), analisou para a Sputnik Brasil a escalada entre o governo armênio e a Igreja Apostólica local.

Segundo Guilherme, o primeiro-ministro Nikol Pashinyan “transforma um conflito político interno numa cruzada simbólica contra o clero”, numa tentativa deliberada de romper os últimos elos culturais que ligam a Armênia à esfera de influência russa. O ataque à Igreja — instituição que pulsa no âmago espiritual do país — revela, para o pesquisador, uma estratégia de desmonte identitário: “ao mirar o altar, o governo abala os próprios pilares do imaginário nacional”.

Guilherme observa que, enquanto Moscou é empurrada para fora dos marcos simbólicos armênios, o Ocidente se apressa em ocupar esse vácuo com promessas de parceria estratégica. “A repressão doméstica, longe de ser um entrave, parece até desejável para quem aposta na realocação da Armênia no tabuleiro euro-atlântico”, afirma. O processo, segundo ele, pode sinalizar uma “ucranização disfarçada de modernização”, embora o cenário caucasiano guarde complexidades que desafiam qualquer analogia simples.

Leia a análise completa aqui.

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